O que é barista? A importância do "Sommelier de café"

Aprenda o que significa barista e como este é um profissional indispensável para quem aprecia um café de alta qualidade.

Você sabe o que faz um barista? Provavelmente, entende que é um profissional que atua com cafés e tem participação direta em uma bebida de qualidade, mas será que realmente conhece seu escopo de atividades e o que ele está apto a fazer?

Se você tem paixão por café, então é essencial conhecer mais sobre o universo dos baristas e sua importância para a disseminação de conhecimentos sobre uma bebida tão amada e apreciada, além do preparo daquela xícara de café que supera as mais altas expectativas.

Nos acompanhe na leitura para entender o que um barista faz, qual é o significado do termo e muito mais.

Qual é a origem do barista?

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Nós poderíamos começar o conteúdo já falando sobre o que faz um barista. Porém, as atribuições deste profissional mudaram com o passar do tempo, o que torna necessário voltar um pouco na história para entender quando ele surgiu.

De acordo com o site Commonwealth Joe, o termo “barista” foi criado em 1645, quando havia casas que serviam tanto bebidas alcoólicas quanto café na Itália.

Inclusive, se você pesquisar o que significa barista, vai descobrir que é uma palavra italiana cuja tradução literal é “barman” (que embora não seja uma palavra em português, é considerada um estrangeirismo).

Naquela época, as máquinas de café expresso ainda não tinham sido inventadas, então os profissionais tinham que usar o tradicional método turco, em que era necessário preparar o café em uma panela de cobre para cada freguês.

Na teoria, qualquer pessoa poderia preparar um café turco. Porém, para que ele ficasse saboroso e aromático, era preciso dominar o processo de preparação, o que diferenciava os baristas dos amadores.

Mesmo sem uma fonte histórica mais documental, de acordo com este relato, a profissão de barista já tem mais de 375 anos, o que não apenas comprova a importância dos profissionais como também mostra que o café é uma bebida que atravessou várias eras e continua sendo um destaque até hoje.

Leia também: Métodos de preparo de café: conheça as principais maneiras de preparar a sua bebida

A revolução das máquinas de espresso (e o novo destaque aos baristas)

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É inegável que o café espresso é considerado como o melhor café para muitos consumidores, dadas suas características únicas. Por isso, a invenção deste método foi uma verdadeira revolução.

A Illy, empresa italiana que fabrica máquinas de espresso e oferece outros produtos do ramo, com experiência no segmento desde 1933, traz uma ótima definição sobre a bebida preparada neste método, em uma página chamada de “Espresso: um café como nenhum outro”, a qual será traduzida livremente aqui. Veja só:

“O nome diz tudo: um espresso deve ser preparado fresco e consumido imediatamente. Expressamente.

Para os puristas do mundo do café, o espresso é a quintessência do preparo do café - rico, aromático e aveludado ao mesmo tempo; uma camada natural de creme no topo desmentindo um encorpado, mas habilmente equilibrado líquido abaixo.

Quando preparado idealmente, um pequeno milagre da química e da física: ciência e arte planando juntas no ar.

A fórmula autêntica do espresso é clara e básica, e sua execução adequada é uma questão de treino, experiência e talento natural. Um jato de água quente de 88º C a 93° C passa por uma pressão de nove ou mais atmosferas através de uma camada de sete gramas semelhante a um bolo de café moído e compactado.

Feito corretamente, o resultado é um concentrado de não mais de 30 ml de puro prazer sensorial.”

Toda a paixão empregada nessas palavras mostra como o café espresso é um fenômeno. Porém, para que isso seja possível, também fica clara a importância do barista, com técnicas tão importantes quanto aquelas do melhor centroavante do mundo, que torna o gol em uma expressão ainda mais sublime dentro do futebol.

De acordo com a Smithsonian Magazine, no século XIX, o café era um grande negócio na Europa, com cafeterias que floresciam pelo continente. Porém, o preparo do café era um processo lento e, assim como hoje, os clientes tinham que esperar até a bebida ficar pronta.

Vendo essa oportunidade, inventores de toda a Europa começaram a explorar meios de usar máquinas a vapor para reduzir o tempo de preparo – afinal, estávamos na Era do Vapor.

Mesmo com inumeráveis patentes e protótipos, a invenção da máquina e do método que levaria ao espresso costuma ser atribuída a Angelo Moriondo, de Turim, Itália, que garantiu uma patente em 1884 para um “novo maquinário a vapor para a confecção econômica e instantânea do café”.

Ela pode ser considerada como o embrião das máquinas de espresso, e a partir daí, outros modelos foram desenvolvidos, o que permitiu que seu desempenho evoluísse com o passar do tempo. Um exemplo é essa máquina de Luigi Bezzera, patenteada em 28 de abril de 1903:

 

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Nossa abordagem às máquinas de café espresso não foi feita à toa. Afinal, como vimos no poder que o café tinha na Europa e também na descrição da Illy, a operação dessas máquinas precisa ser feita com excelência para resultar em uma bebida magnífica, e aí, mais uma vez, entra a figura do barista.

Logo, além de ser um detentor de conhecimentos teóricos e práticos sobre o preparo de uma das bebidas mais amadas do mundo, o barista é um profissional atemporal, que já utilizava seu conhecimento desde quando o único método disponível era o turco até quando as máquinas de espresso foram inventadas.

Leia também: Espresso ou expresso? Os dois - desde que bem tirado!

Hoje em dia, o que faz um barista?

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Passados quase quatro séculos, os baristas ainda existem (felizmente!), mas sua atuação também mudou com o passar do tempo. Hoje, eles estão diretamente associados aos profissionais responsáveis pela operação das máquinas de espresso e pelo preparo de outras bebidas que levam café.

Se você chegar a uma cafeteria hoje e pedir um espresso, é o barista que preparará a bebida. Afinal, mesmo com modelos tão modernos e avançados de máquinas, ainda há técnicas e práticas importantes que ajudam a potencializar o sabor e o aroma da bebida.

Além do espresso, o barista ainda pode preparar cafés especiais e uma série de outras bebidas a base de café, como as seguintes:

  • Café americano;
  • Café breve;
  • Café coado;
  • Café com panna;
  • Cappuccino;
  • Café latte (café com leite);
  • Machiatto;
  • Mocaccino.

Mesmo que os baristas hoje já não sejam associados a “barmen” propriamente ditos, eles também podem preparar bebidas que levam álcool, mas essencialmente também levam café (ou algum de seus produtos). Algumas delas são as seguintes:

  • Cactus café: licor de café, tequila e refrigerante de limão;
  • Café cubano: café, rum, suco de lima, hortelã e creme de leite;
  • Caipirinha de café: café espresso, cachaça, limão e açúcar;
  • Irish coffee ou café irlandês: café (geralmente na prensa francesa), whisky, açúcar e chantilly;
  • Menta coffee: café espresso, leite, licor de menta, licor de café e chocolate (ou cacau) em pó;
  • Violetta café: café espresso, cachaça, chantilly e xarope de violeta.

Nota-se, portanto, que os baristas são profissionais dotados de muita habilidade, tanto técnica quanto prática. Afinal, além das bebidas que mencionamos aqui, ele pode desenvolver novas receitas, já que conhece a fundo o café em seu paladar e aroma e, assim, pode criar diferentes harmonizações com a bebida.

Não podemos deixar de destacar também a latte art, também chamada de coffee art, nomes dados à arte de fazer figuras e desenhos na superfície das bebidas. Para isso, é preciso vaporizar o leite na textura ideal para criar os desenhos, seja com ferramentas específicas ou despejando diretamente de uma jarra (ou pitcher).

Ao conhecer o que um barista faz, podemos intuitivamente associá-lo a todas as etapas de preparo do café, mas isso não é completamente verdade. O barismo atua como uma porta de entrada para o universo dos cafés, mas há outras “funções” dentro deste segmento, como as seguintes:

  • Classificador de café: profissional que se baseia na Classificação Oficial Brasileira (COB) para classificar os cafés de acordo com os defeitos encontrados em uma amostra de grãos.
  • Coffee artist (ou latte artist): quem é especializado em criar figuras e desenhos nas xícaras de café ou latte, o que resulta em verdadeiras obras de arte.
  • Coffee hunter: profissional que procura cafés de alta qualidade, que sejam exóticos e especiais. Isso envolve aspectos geográficos, físicos, químicos e bioquímicos, desde o processo de secagem até o momento da torra.
  • Consultor de cafés: aqueles que prestam consultoria em cafés, auxiliando desde a escolha do espaço para a montagem de uma cafeteria até a seleção de profissionais, equipamentos, fornecedores e bons cafés, sem contar os detalhes econômicos do negócio.
  • Mestre de torra: é quem consegue analisar e escolher o café ainda verde e prosseguir com o processo de torra na temperatura, tempo, fluxo de ar e rotação do tambor adequadas, de modo a potencializar as características sensoriais do café.
  • Palestrantes: aqueles que dão palestras e treinamentos sobre este universo, as quais podem ser voltadas às áreas aqui citadas e também a outras.
  • Provador de café: responsável por analisar a qualidade dos lotes de café, quer para o mercado interno ou para a venda na bolsa de valores.
  • Q-grader: este “Avaliador Q” (sendo o “Q” de “qualidade”) é o profissional detentor de uma certificação mundial concedida aos classificadores e degustadores de cafés, a qual está ligada ao CQI (Coffee Quality Institute, ou Instituto de Qualidade do Café), nos Estados Unidos. A certificação é obtida depois de um curso e de uma série de exames.

É fato que o mercado exige cada vez mais dos profissionais, e os baristas têm se aprofundado em todas as atividades citadas acima, por vezes várias delas ao mesmo tempo. Os melhores profissionais dominam e conhecem todo o processo, do pé à xícara.

Inclusive, fica aqui uma curiosidade: a profissão de barista só foi reconhecida no Brasil e inscrita na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) em 2013, sendo regulamentada pela CTASP (Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público) em 2015.

Devido a isso, para ser um barista profissional, é preciso ter o Ensino Médio completo, ser maior de 18 anos e realizar um curso de especialização na área.

Os baristas durante (e após) a pandemia

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Em função da pandemia e as restrições impostas por ela, muitas cafeterias tiveram que fechar suas portas, enquanto outras passaram a ter limitações de público, e em meio a um momento tão difícil, a importância dos baristas fica ainda mais acentuada.

Um ditado popular diz que só damos valor a algo quando perdemos aquilo. É verdade que não perdemos os baristas (ainda bem), mas o momento não permite que o profissional prepare um café delicioso bem em nossa frente e que ele seja consumido no mesmo momento – pelo menos não como acontecia antes.

Isso motivou vários profissionais a utilizarem suas redes sociais para falar sobre o café e seus preparos. Eles passaram a oferecer dicas que ensinam a melhorar a qualidade do café feito em casa e até cursos online para quem deseja se aprofundar neste universo.

Esta “porta” digital é um caminho sem volta para os profissionais e também as pessoas que consomem este tipo de conteúdo. Afinal, o interesse dos apaixonados por café nem sempre acaba com uma xícara quentinha e, às vezes, também pode contemplar a aquisição de mais conhecimento sobre as técnicas e preparos.

Veja também: A quarta onda e o futuro do café

Baristas: séculos de técnica e prática aplicados em esplêndidas xícaras de café

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Se nem mais de 375 anos, duas grandes guerras, várias pandemias e uma série de outros eventos adversos foram capazes de tirar o protagonismo dos baristas, os apreciadores de um bom café podem ficar tranquilos, pois eles continuarão existindo, pelo bem de toda a comunidade apaixonada pela bebida.

Ainda que hoje já tenhamos máquinas de espresso automáticas, que fazem espressos com apenas um botão, as “menos tecnológicas” continuam fazendo muito sucesso em cafeterias de todo o mundo, tudo por conta dos baristas, que ressaltam a qualidade do café e permitem que ele proporcione experiências inesquecíveis.

Mesmo nas cafeterias mais modernas, a presença do profissional continua sendo indispensável, dado todo seu conhecimento sobre a bebida. Afinal, a essência de um café de qualidade, inegavelmente, passa pelos baristas.

Por isso, se estiver em uma cafeteria e encontrar um barista, o “sommelier do café”, reserve um momento para uma boa conversa com o profissional. Assim, você poderá entender e aprender sobre a arte do café direto da fonte, com quem realmente entende do assunto.

Depois de entender melhor o que faz um barista, se você ficou interessado nessa arte, conheça as soluções da Pressca para fazer um café digno de apreciação:

Cafeteira portátil

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Balança Dose Certa